Alunos do Curso de Formação de Oficiais (CFO) do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA) assistiram, nesta quinta-feira (8), palestra sobre uso, abuso e dependência do crack e outras drogas, ministrada pelo diretor do Centro de Atenção Psicossocial (CAPs) Álcool e Drogas, Marcelo Soares. O evento, realizado na unidade do Corpo de Bombeiros do Parque Independência, reuniu cadetes e religiosos que fazem parte da corporação e trabalham no resgate de pacientes com transtornos psicológicos.
Marcelo Soares disse que o encontro foi solicitado pela direção do CAPs do Corpo de Bombeiros, como forma de conscientizar os membros da instituição sobre os males causados pelas drogas e, também, ajudá-los na sua conduta com os dependentes químicos nas ruas. “Viemos para esclarecer todas as dúvidas sobre os males causados pelas drogas e sobre o tratamento com os usuários de crack”, explicou o gestor estadual do CAPs- AD.
O crack é produzido a partir da cocaína, bicarbonato de sódio ou amônia e água, gerando um composto que pode ser fumado ou inalado. O nome “crack” vem do barulho que as pedras fazem ao serem queimadas durante o uso. O usuário queima a pedra em cachimbos improvisados, como latas de alumínio ou tubos de PVC, e aspira a fumaça. Pedras menores, quando quebradas, podem ser misturadas a cigarros de tabaco e maconha, chamados pelo usuário de piticos, mesclados ou basucos.
Marcelo Soares explicou que a fumaça tóxica do crack atinge o pulmão, vai à corrente sanguínea e chega ao cérebro. É distribuído pelo organismo por meio da circulação sanguínea e, por fim, a droga é eliminada pela urina. Sua ação no cérebro é responsável pela dependência. “Algumas das principais consequências do uso de drogas são doenças pulmonares e algumas psiquiátricas como psicose, paranóia e alucinações e, ainda, as cardíacas”, exemplificou.
Males causados
A consequência mais notória do crack é a agressão ao sistema neurológico, provocando oscilação de humor e problemas cognitivos, ou seja, na maneira como o cérebro percebe, aprende, pensa e recorda as informações. Isso leva o usuário a apresentar dificuldade de raciocínio, memorização e concentração.
Na avaliação dos casos de urgência dos usuários é necessário atenção à apresentação das pupilas dilatadas; excitação, pensamento acelerado e desorganizado, paranóia; uso recente de cocaína, crack ou de outros estímulos: pulso e pressão arterial aumentados; comportamento agressivo, imprevisível ou violento.
Cadete do 3° ano do CFO, Silva Filho, elogiou a iniciativa e disse que encontros como estes são importantes para criar uma conscientização maior entre os militares. “Não existe remédio que cure a dependência de drogas e por isso a melhor solução é refletir sobre o problema e trabalhar dentro das nossas famílias e das nossas comunidades as melhores formas de prevenção”, justificou.