Bombeiros e Crea vistoriam prédios do PAC

Esgoto estourado, pavimentação comprometida e falta de extintores de incêndio. Esses foram alguns dos problemas constatados ontem, durante vistoria realizada nos prédios do Conjunto Residencial PAC Rio Anil-Camboa, na Camboa. O Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBM), por meio do Grupamento de Atividades Técnicas (GAT), Defesa Civil Estadual e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Maranhão (Crea) vistoriou os prédios após denúncias de que a estrutura dos imóveis estaria comprometida.

 

Segundo as denúncias recebidas pelo GAT, os prédios do Conjunto Residencial PAC Rio Anil-Camboa, na Avenida Camboa, estariam com diversas rachaduras nas paredes, mas, ao chegarem ao local, os bombeiros constataram que os problemas na área são decorrentes da falta de conservação. “Não há rachaduras nos prédios, nem problemas na estrutura física, mas diversos problemas decorrentes da falta de conservação dos prédios”, disse o comandante do GAT, tenente-coronel Júlio César Gonçalves.

Em um dos blocos localizado na entrada do residencial, um esgoto estourado jorra na base de um dos prédios. “Isso é um risco, porque com o tempo a água em contato com o concreto pode comprometer a estrutura do prédio”, afirmou Helbert Meneses, engenheiro civil do Crea.

Como os apartamentos foram construídos em blocos estruturais, nenhuma modificação pode ser feita nos imóveis, para não abalar a estrutura dos prédios. “Vimos que muitos moradores modificaram seus apartamentos, derrubaram paredes ou colocaram aparelhos de ar condicionado inadequadamente. Aqui, até uma grade para ser colocada nas janelas precisa de uma avaliação prévia”, informou.

Os prédios foram entregues em dezembro de 2009 aos moradores, mas não há um síndico para administrar o condomínio, por isso a falta de conservação e de condições de salubridade das áreas é um risco aos proprietários dos apartamentos. “Logo após nossa mudança para cá, elegemos um síndico e combinamos o pagamento de uma taxa mensal de R$ 15,00 para custear a manutenção do prédio, mas a maioria dos moradores não quis pagar”, declarou Ana Luzia Gusmão, moradora do bloco 12, do conjunto residencial.

Sujeira – Cada bloco tem um morador responsável, mas o lixo se acumula nas áreas comuns do condomínio. Também há marcas de vandalismo. As grades de proteção estão quebradas, muitos extintores de incêndio foram roubados, outros estão vencidos, pichações podem ser vistas em diversos locais e o mau cheiro é constante.

“No relatório, irei recomendar à Vigilância Sanitária que interdite o bloco 12, pois, por causa do esgoto que jorra nos fundos do bloco, as condições de respiração são precárias”, explicou Clovis da Silva Souza Filho, engenheiro civil da Defesa Civil Estadual.

Os relatórios do Crea e da Defesa Civil Estadual serão encaminhados para o GAT, que elaborará um documento e encaminhará para a Secretaria de Estado das Cidades e Desenvolvimento Urbano (Secid), para que sejam tomadas as devidas providências.

“Não sabemos exatamente quem são os responsáveis pelo condomínio, já que é um projeto social, mas como a maior parte dos problemas são decorrentes da falta de conservação, a responsabilidade é dos moradores. Em 15 dias, iremos entregar esse relatório à Secid, que é quem pode fazer um trabalho de conscientização com os moradores”, informou o tenente-coronel Júlio César Gonçalves.

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O Conjunto Residencial PAC Rio Anil-Camboa, localizado na Avenida Camboa, foi inaugurado em 20 de dezembro de 2009. Os imóveis foram construídos por meio de uma parceria dos governos estadual e federal com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para garantir moradia digna aos moradores das palafitas às margens do Rio Anil. Cada apartamento recebido tem uma área de 42 metros quadrados, divididos em sala, banheiro, cozinha, dois quartos e lavanderia. Ao todo, são 18 blocos, com 16 apartamentos cada um.(Jornal o Estado do MA).